24/09/2010

excerto

Eles jogaram o bebê fora e cultivaram a placenta, sob a esperança de que dela surgisse algo.... desconheciam que o movimento que havia  nela, era o deles.
Mas uma placenta sem bebê, sem vida,  não tem sentido.
Foi para o lixo depois de alguns dias.

Não!

por Marcio Zurga e Elaine


Não me pese!
calibre de carne ou moral

Não me meça!
conforme seu teatro

Não me avalie!
parâmetros arbitrários

Não me pise!

Não pose!

01/06/2010

seara

(ceifado do Chico)

O que será que me dá?
Será que me dá?
O que será que será?
Será que será?

13/04/2010

por Fabrício Carpinejar

"O homem traduz a mulher a partir da língua em que ela não foi escrita"

:

Criamos uma instituição, à moda do "Projeto Cocoon", que se chama:

casa de IDéias

Estamos promovendo um encontro: http://www.espelhodemedusa.blogspot.com/
Vai ser bem bom!!!

09/04/2010

lugar

na prática
a ética
é plástica
que volve situa
envolve atua
deprime afirma
confirma
um pórtico
não pático
nem plástico
que quebra

craquela
resseca.

desmonta
um algo

em guarda.

08/04/2010

EU


Redator de algo em mim, editor de coisas minhas.
Confessa ou nega o que passa em mim.
Permite e impede tudo que representa vida.
EU impotente; EU unipresente. EU reticente...

Eu quase sempre estou, as vezes Sou.


01/04/2010

...

Se a boca fala
e a língua cala
um zelo não se entalha
no cerne da malha

O corpo empalha
e a alma encalha
no fio da navalha.

29/03/2010

!


FALA-ME
De um ângulo antes nunca posto
IMPRESSA-ME
No corpo o alento do seu gosto
CONDUZA-ME
Ao segredo que sob seu manto
TRADUZ-ME
Em algo que sem ti
Não Encontro

12/03/2010

O ÁUGURE

(por Hélio Pellegrino)

Sou um prisma
às avessas
as cores em mim
se confundem

sou um tapete de ecos
uma cachoeira de gritos
uma cordoalha de muitos tempos

A esfera de lantejoulas
- passado presente futuro -
roda refletindo mil sóis

Sou essa colméia de incêndios
essa assembléia de sinais
esse rumor insone

05/03/2010

CERTA SETA

(a 4 mãos: por Elaine e Fábio Brazil)


Caminhei
não sei ao certo por onde
e certo não sabia
chegar aqui.

Incerto saber se saí.

Na certa caminhei...
Desconheço-me nos mitos antigos
e estou certa de encontrar
a mim mais próxima do início.

Paro um instante :
é certeza encontrar um veio de estrada
no meio da selva.

Seta certa. Sigo meu rumo.
Cega à frente das certezas.
Arco de dúvidas

certa-mente.

03/03/2010

som

"A música clássica do amor é em tom maior, a romântica em tom menor."

Paul McCartney

25/02/2010

Deus me livre dos Verdadeiros!

Existe gente mais engenhosa que os ditos "Verdadeiros"? Profissionais nada liberais que se coadunam numa só pessoa:
São autênticos performáticos de suas "verdades" tão queridas, desenvolvem o enredo e convocam qual-quer outro (não um outro qualquer) para participar como coadjuvante de seu próprio melodrama;
São cenógrafos experientes que arranjam o cenário Ideal para desenvolverem sua cena;
São soldados camuflados pela guerra em que vivem;
São gerenciadores perspicazes da conduta do outro, agindo sob a falta de conhecimento do que motiva as próprias ações.

Não choram, não pedem desculpas, não se enganam, não se atolam, não se enroscam: a cena pra ser vivida está sempre pronta e caem numa repetição sem fim;
Exigem lealdade, cumplicidade, disponibilidade e tolerância que não entregam como devolutiva;
Agarram-se em relações superficiais e tecem uma malha relacional esgarçada, uma vez que sustenta o peso da Verdade que carregam;
As histórias de vida dos outros viram objeto bélico em suas mãos.
Verdadeiros jamais são honestos, nunca estão onde sinalizaram estar.
Amam um roteiro a ser seguido, invariavelmente.
O outro? o outro é só papel...