08/10/2008

princípio

A vida é dura! Pra todo mundo! Independente do gênero da espécie: homens e mulheres têm que se virar para dar conta de trabalhar, estudar, cuidar de casa, boa educação dos filhos, aquisição e preservação de patrimônios. Aliás, a palavra "patrimônio" vem do latim patrimonius e tem por significado: herança paterna; bens de família; bens necessários para ordenar um eclesiástico; dote dos ordinandos; propriedade. Caberia falar em "patrimônio" na subjetividade?

Qual seria então a palavra que designaria bens acumulados para o viver bem?

Na certa, não seria seu correlato oposto "matrimônio", pois nesta passagem o sentido na cultura se esvai: união legítima do homem com a mulher; casamento; consórcio; sacramento da Igreja que valida, perante Deus, a união conjugal.

Jesus! Não há palavra na cultura para validar essa herança?

Mudando de pato pra ganço, como diz minha mãe, estava eu ouvindo em alto volume meu Paco de Lucia no carro (música boa não consigo ouvir baixo... acho um desperdício!), quando embiquei na garagem na espera do portão se abrir. Havia uma reunião de pessoas uniformizadas, denotando uma configuração legítima de trabalho. Uma cabeça se volta para a música, os olhos de uma mulher se voltam para o meu carro e ela sorri para mim.

Envorganhada por, inadvertidamente, invadir a tal reunião de trabalho, abaixei o volume do som. A mulher voltou seus olhos para o sujeito que falava ao grupo, não sem antes balançar a cabeça positivamente olhando para mim.

Pequeno gesto de encontro.

Paco de Lucia não serve pra nada quanto ao trabalho que o grupo de pessoas terá que desenvolver. Mas foi um princípio feminino que reconheceu sua presença no ambiente. Princípio que, graças ao deuses, não é de uso capião da mulher, do contrário não existiria Paco de Lucia.

Qual a compatibilidade desse princípio que colore a vida e que não cabe no patrimônio?

Que as próximas gerações nos ensinem.... Amém!

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